O Ameriquinha está de volta

Por Paulo Fazio, da Folha de Pernambuco
Após 15 anos de espera, o tradicional esmeraldino garante retorno à elite estadual
Existem momentos que só o futebol pode proporcionar. Feitos que o avô conta para o neto, décadas depois, lembrando cada capítulo do acontecido, com os olhos brilhando como se testemunhasse tudo novamente. E a tarde de ontem, no Estádio Ewerson Barbosa, em Chã Grande, vai ficar marcada para sem­pre na memória do torcedor americano. Com um roteiro para cineasta nenhum colocar defeito, o América venceu o Chã Grande/Decisão por 4x1 e garantiu a volta do clube para a Série A1 do Campeonato Pernambucano. Com um show do atacante Muller, autor de três gols, o Periquito carimbou o passaporte de volta à elite do futebol estadual depois de 15 anos de espera. O time alviverde só conseguiu a classificação aos 41 da segunda etapa, quando anotou o tento necessário para igualar ao Timbaúba, que jogava contra o Pesqueira, no saldo de gols e ultrapassá-lo no número de gols marcados. Quando entrou em campo, o América sabia que não teria uma missão fácil pela frente. Além da obrigação de vencer um adversário direto na luta pela classificação, ainda teria que torcer para um tropeço do Timbaúba diante do Pesqueira, também fora de casa. Por isso, o começo de jogo não foi o esperado pelos americanos. Um pouco nervoso, o time alviverde dava espaços para o Chã Grande/Decisão. Tanto é que logo nos primeiros minutos, os mandantes chegaram com perigo duas vezes. A má pontaria de Renato e Marquinhos, porém, livrou a equipe do pior. Os dois isolaram boas chances de abrirem o placar. O primeiro lance de perigo do América só veio aos 20 minutos, quando Alemão recebeu cruzamen­to da direita e quase completa de cabe­ça, aproveitando falha da zaga do Chã Grande. Parecia um aviso do que viria sete minutos depois. Em um lance bobo, o goleiro Geday bateu cabeça com os defensores, e a bola sobrou livre para Muller abrir o marcador: 1x0. Apesar do gol, a partida foi esfriando aos poucos, já que nenhuma das equipes queria se expor demais. Mas ainda havia muito por vir. Aos 41, Careca aproveitou falta cobrada pela direita e, de cabeça, empatou a partida. Ao mesmo tempo, era noticiado que o Timbaúba vencia por 2x0. Restavam poucas esperanças. Na volta para o vestiário, um desentendimento entre os próprios atletas alviverdes mostrava que os nervos estavam a flor da pele. Tanto que, no segundo tempo, pouco foi feito até os 20 minutos iniciais. Até que, aos 29, Muller colocou fogo de vez no jogo. Em boa jogada de Cláudio, o atacante só teve o trabalho de escorar para desempatar: 2x1. Depois, Mousinho mandou um foguete de fora da área: 3x1. Enquanto isso, o Pesqueira reagia, diminuin­do o placar contra o Timbaúba para 3x2. Com o resultado, faltava apenas um gol para o América se classificar. Aí ele resolveu a parada de novo. Muller dominou na área, driblou um, dois, três e bateu no ângulo. Um golaço. Gol que tirou um choro engasgado há 15 anos na garganta dos americanos.
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