MEMÓRIAS ESMERALDINAS ESPECIAL: América 4x1 Santa Cruz em fev 1922 - AMÉRICA CAMPEÃO 1921

Nascia o ator norte-americano Alan Hale Jr. (ator nos filmes “Horas de Tormenta” de 1943 e “Balas Para um Bandido” de 1964), o ator norte-americano Charles Bronson (ator nos filmes “O Último Bravo” de 1954 e “Desejo de Matar” de 1974), o físico norte-americano Jack Steinberger (vencedor do prêmio Nobel de Física em 1988), o químico norte-americano Roberto Merrifield (vencedor do prêmio Nobel de Química em 1984), o escritor Josué Guimarães (autor dos livros “O Cavalo Cego” de 1979 e “Os Tambores Silenciosos” de 1977), o ex-goleiro Barbosa (campeão da Copa América de 1949 com a Seleção Brasileira e campeão carioca de 1958 com o Vasco da Gama), o ex-jogador Zizinho (campeão da Copa América de 1949 com a Seleção Brasileira e campeão carioca de 1943 com o Flamengo) e o ex-jogador italiano Arturo Silvestri (campeão italiano de 1955 com o Mílan). Falecia o poeta português António Gomes Leal (autor dos livros “A Traição” de 1881 e “A Senhora da Melancolia” de 1910) e o ator norte-americano Hayward Mack (ator nos filmes “Suborno/Os defraudadores do Povo” de 1915 e “The Guilty Man” de 1918). Alguns sucessos musicais foram “Ai, Amor” com Bahiano, “Do Sorriso da Mulher Nasceram as Flores” com Vicente Celestino e “Mimosa” com Leopoldo Fróes.

Jornal Pequeno de 11 de fevereiro de 1922
Após a realização da última rodada do campeonato pernambucano de 1921, na qual, o Santa Cruz saiu vencedor do confronto contra o Peres por 1x0 no dia 23 de outubro e o América empatou por 2x2 o confronto contra o Sport no dia 6 de novembro, tricolores e alviverdes terminaram o campeonato com os mesmos 19 pontos, o que obrigatoriamente, levaria a decisão do título para uma partida-extra. A decisão do campeonato de 1921 ocorreu somente em 12 de fevereiro de 1922 e o local do grande clássico seria o Estádio da Avenida Malaquias, o campo do Sport Club do Recife no bairro das Graças. Sob forte agitação do grande público que compareceu, às 15h42 as equipes postaram-se no gramado visando o início da grande decisão do título, que seria arbitrada pelo Sr. Manoel Lopez, tendo Abelardo Araújo e Heitor Ribeiro (jogadores do Náutico) como bandeirinhas. 

Nota do Jornal Pequeno de 11/02/1922 sobre o clássico do sábado.
O América no primeiro tempo defendeu o gol do lado da Rua do Futuro, cabendo a Zé de Castro do Santa Cruz, dar a saída de bola. Logo no primeiro minuto, os tricolores avançaram com Firmino, que passou por Rômulo e bateu por cima da meta. Em ritmo eletrizante, o “Mequinha” respondeu aos 2 minutos, numa bomba de Zé Tasso, que exigiu de Ilo Just muito trabalho para defender. Após o tiro de meta cobrado por Ilo Just, a bola sobrou nos pés de Manoel Pedro, que vendo Pitota em melhores condições, o tocou a pelota e este chutou no canto de Nozinho, que pulou bem e evitou o gol adversário.

Ilustração de América x Santa Cruz no Estádio da Avenida Malaquias na
decisão do título de 1921 do campeonato pernambucano.
Aos 16 minutos, o Santa Cruz aproveitou um cochilo na defesa esmeraldina e avançou com o meia Graciliano, que deu belo passe de bola para Zé de Castro passar por Ayres e chutar certeiro contra o gol de Nozinho. AMÉRICA 0X1 SANTA CRUZ e comemoração tricolor na Avenida Malaquias. Os americanos tentaram o empate aos 23 minutos quando o atacante Lapinha chutou forte da entrada da grande área e Ilo colocou a bola para escanteio. Na cobrança efetuada por Araújo, o zagueiro tricolor Bebé tirou quase em cima da linha e evitou o tento de empate, levantando a torcida no Estádio do Sport. A pressão do América era grande e aos 25 minutos numa jogada de Fabinho pela esquerda, a bola sobrou para Jujú, que soltou o torpedo indefensável contra o gol de Ilo Just. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 1X1 SANTA CRUZ e festa alviverde na Avenida Malaquias. 

Após a saída de bola do meio campo, a defesa tricolor bateu cabeça e viu Zé Tasso passar em velocidade por Manoel Pedro e depois por Mário, ficando assim, frente a frente com o goleiro Ilo Just e aos 27 minutos não desperdiçou. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 2X1 SANTA CRUZ e a torcida verde e branca vibrava nas arquibancadas. Os corais, agora em desvantagem, tentaram o empate aos 30 minutos numa boa jogada do atacante Sá, que cruzou a bola na cabeça de Pitota, mas, este cabeceou nas mãos do goleiro Nozinho. Os americanos tiveram a chance de ampliar o placar aos 35 minutos, quando o meia Licor entregou a bola para o atacante Matuto, porém, este perdeu o domínio da bola e Ilo saiu para agarrá-la. Antes do término da primeira etapa, Zé de Castro recebeu a esférica na pequena área depois da falha de Ayres e chutou em cima de Nozinho, que realizou uma grande defesa à queima-roupa.


Jornal Pequeno de 13 de fevereiro de 1922
Com 5 minutos do segundo tempo, o América subiu ao ataque na corrida de Lindolfo, que chutou forte, mas, Ilo Just botou a escanteio. Na cobrança de Araújo pela direita, bola na cabeça de Fabinho e este arrematou para ampliar a vantagem esmeraldina naquela tarde de sábado. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 3X1 SANTA CRUZ e os alviverdes já sentiam o grito de campeão a se desprender da garganta. O time do Arruda não se deixaria ser facilmente vencido e teve duas grandes jogadas com grande perigo de gol seguidas. A primeira ocorreu aos 12 minutos quando Eurico se desvencilhou da marcação de Ayres e chutou colocado, todavia, Nozinho espalmou com trabalho por cima das traves cedendo escanteio, que não foi aproveitado. A outra surgiu aos 23 minutos na jogada pessoal de Graciliano, que vendo Firmino livre de marcação, o cedeu a bola e este na hora do arremate final ao gol com Nozinho já batido no lance, teve seu chute travado pelo zagueiro Rômulo, que ainda conseguiu chutar para a linha lateral do gramado. 

Nota do Jornal Pequeno de 13/02/1922 sobre o clássico.
As bandeiras verdes tremularam convictas do terceiro título de campeão pernambucano aos 35 minutos, momento em que Lapinha disparou pelo lado esquerdo de campo passando por Júlio e por Bebé e entregando a bola para Jujú marcar o quarto gol americano. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 4X1 SANTA CRUZ. Já batido em campo, os corais preocuparam-se em não perder por um placar mais avantajado e tentaram diminuir a contagem na jogada de Zé de Castro aos 38 minutos, que correu e passou a bola para o jogador Pitota bater forte, contudo, em cima de Nozinho, que abraçou a bola com segurança. Na última grande jogada da partida, o atleta Jujú do América balançou as redes de Ilo Just com um chute potente, mas, o árbitro da partida alegou mão de Jujú na bola e anulou o que seria o quinto gol dos americanos. 

Final de partida na Avenida Malaquias e a torcida americana invadiu o gramado para comemorar o título de campeão junto com os atletas esmeraldinos, carregando-os nos braços em grande triunfo. Cinquenta automóveis estacionados ao redor do Estádio da Avenida Malaquias e um público impressionante de 6.000 torcedores lotaram as dependências do campo do Sport, em sua grande maioria, torcedores alviverdes. Jogadores e sócios do clube foram às 19h30 ao Restaurante Leite localizado ainda hoje à Praça Joaquim Nabuco no centro do Recife para comemorar com um grande banquete, aquela conquista tão esperada, sem falar no clima eufórico dos torcedores que desfilavam em seus carros chiques enfeitados com bandeirolas alviverdes e buzinando sem parar, com destino à sede do clube na Rua da Conceição na Boa Vista.

AMÉRICA
Nozinho; 
Rômulo e Ayres; 
Zizi, Licor e Lindolfo; 
Matuto, Jujú, Zé Tasso, Lapinha e Fabinho.

SANTA CRUZ
Ilo Just; 
Bebé e Mário; 
Graciliano, Manoel Pedro e Júlio; 
Eurico, Pitota, Zé de Castro, Sá e Firmino.


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